Infelizmente, Cambuquira, origem mineira de nossa família, parece menosprezar os antigos proprietários das terras onde hoje se localiza a cidade. Nem a história escrita, talvez por falta de dados históricos, tem mais detalhes. Não se sabe como a família foi para aquelas terras e nem o motivo.
Eu, como descendente e pesquisador das origens, tenho as minhas hipóteses. José da Silva Leme, era neto paterno de Manoel da Cunha Gago, de uma família de desbravadores dos tempos do Brasil Colônia. Seu irmão, ou tio, Simão da Cunha Gago, foi o fundador da cidade de Resende no Estado do Rio de Janeiro. Portanto, os Cunha Gago devem ter chegado à região à procura de ouro e como não descobriram quase nada por aqui, passaram à atividade agrícola.
José da Silva Leme, que não sei porque "da Silva", herdou o sobrenome "Leme", como já citei neste blog, de sua mãe Mécia da Veiga Leme , senhora originária de Mogi das Cruzes, conforme nos passou a história pelo trabalho de seu trineto José (da Silva Lemes) Guimarães.
A história dá mais valor aos escravos dos quais o legado deixado pelas filhas de José da Silva Leme fora desapropriado do que aos antigos donos que deram infraestrutura básica ao desbravar a região montando ali uma fazenda produtiva. Como prova disso, os próprios escravos da família premiados pela dedicação pela três irmãs de Vicente da Silva Leme, talvez o primogênito do casal fundador da Fazenda Bella Vista, Ana, Joana e Francisca da Silva Goulart, assim chamadas pelo sobrenome da mãe Rosa Maria Goulart. Por causa disso, a história cita a Família Silva Goulart (ou Gularte) que na realidade era a Família Silva Leme.
Acredito que a antiga fazenda por ficar entre a cidade-sede da região e os povoados que deram origem a Três Corações e S.Tomé das Letras, ligados via região de Cruzília à s cidades de Aiuruoca e Baependi, municípios quase tão antigos como a sede Campanha.
Por outro lado, um descendente de um mercador de escravos, também residia próximo na sua fazenda no lugar chamado de Palmital, nome que às vezes é confundido com Palmital, antiga fazenda de Guilherme da Cunha Gago e Mécia da Veiga Lemes, que na realidade se chamava "Palmital do Caxambu" em Baependi.
Vicente da Silva Leme é o que mais deixou descendentes na cidade. Dos filhos deste, Antônio Joaquim da Silva Lemes (já com "s" no sobrenome) foi o que mais trabalhou pela cidade. Mesmo assim, esse homem não é lembrado em nenhum lugar e mesmo se perguntarmos aos descendentes quem era ela, não saberão com certeza responder.
Antônio Joaquim foi o pai do Cap.Cláudio Amâncio da Silva Lemes, membro da primeira casa legislativa da cidade que depois se transformou na nossa "Câmara Municipal".
Voltando a Antônio Joaquim, lembro que ele foi o líder na construção da primeira igreja da cidade, que se tivesse sido preservada estaria ali ao lado esquerdo da atual matriz ( onde até pouco tempo existia um cruzeiro). Estavam nessa empreitada de construção do primeiro templo, os seus irmãos: José Vicente da Silva Lemes, com vários descendentes como Antônio Joaquim na cidade e região, Tomé da Silva Lemes, também com ampla descendência e João Evangelista, sem descendentes confirmados na região.