Inês, uma jovem e bela moça da Galícia, vítima das arrumações do destino e do homem, foi colocada enfrente ao príncipe de quem ela ouvia falar como nos contos de fada, D.Pedro de Portugal. Naquele dia o seu olhar penetrante, por debaixo da ampla cabeleira loura, fulminou o nobre cavalheiro. Daquele dia em diante, aquele que embora casado, daqueles tantos casamentos arranjados e combinados que faziam uniões sem amor, descobriu o verdadeiro sentimento que devem unir um homem e uma mulher. Fora alvejado certeiramente no coração por Cupido. Nunca mais a vida seria a mesma na corte do Reino de Portugal.
A notícia corria solta pela corte e entre o povo. Os súditos humildes até aceitaram. Muitos aplaudiam. Mas, o velho rei torcia o nariz e não sossegaria até dar um epílogo próprio e trágico para aquele romance shakespereano.
Sua esposa num último e desesperado ato para salvar o casamento resolveu convidar Inês para madrinha de seu filho recém nascido. O objetivo disso era tornar aquele relacionamento algo incestuoso, conforme pregava a “Santa Madre e Poderosa Igreja.”
Mas, qual nada! Tudo em vão. Parece que aquilo aproximou mais Pedro da Galega.
A trama do destino, ou sei lá o que for, matou Constança a esposa traída que trouxera Inês para dentro da corte.
Viúvo, D. Pedro concretizou a sua união, que desde o começo não era aprovada por Afonso IV, o rei que não demorou muito para acabar com aquilo. A corte temia que a união com aquela jovem espanhola de sangue real acabasse por decretar um dia o poder daquela outro Estado sobre Portugal. Então, aproveitando-se da ausência do príncipe, mandou assassinar Inês que foi degolada dentro do convento onde estava hospedada.
D.Pedro revoltou-se contra o pai, o que foi motivo de uma guerra civil que só acabou quando sua mãe, a Rainha Beatriz interveio para restabelecer a paz.
Dois anos depois, morre D.Afonso IV e Pedro se torna o Rei Pedro I. Um dos primeiros atos de seu governo foi declarar a sua amante Inês de Castro, Rainha póstuma de Portugal.
Nesse episódio, conta a história, que o novo rei mandou exumar o corpo da amada morta e submeteu a corte a cerimônia do beija mão que acontecia na apresentação da nova rainha.
A mão do cadáver de dois anos fora beijada.
Num segundo ato, D. Pedro I de Portugal mandou prender os assassinos. Um dos quais conseguiu fugir. Os outros dois tiveram os corações arrancados: um pelo peito outro pelas costas numa execução assistida pelo rei.
Inês jaz ao lado do seu amor no Mosteiro de Alcobaça.
Camões conta essa história em “Os Lusíadas”.
Você deve estranhar o por que dessa história num blog de família. Mas, Inês não está aqui por acaso, ou para ilustrar a página. Ela é uma das avós de Catharina de Barros, que na união com Antônio Leme trouxe ao mundo os primeiros Lemes que vieram para o Brasil.
Não tive tempo ainda de contar as gerações para chegar a esse fato acontecido por volta de 7 de janeiro de 1355 dia da execução cruel.
Dom João Infante de Portugal, duque de Valencia de Campos , filho de Inês e Pedro I são um dos avós mais antigos de Catharina de Barros. Portanto, os Lemes só existem graças a esse conto de fadas com trágico final.
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