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Quem entra nessa de genealogia é preso pelos antepassados nos seus tempos e de lá não consegue mais sair!
Fazer pesquisas genealógicas e fazer uma viagem no tempo.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Uma análise de existência de cada um de nós.

Rainha Silvia da Suécia, nossa parente?
Quase ninguém analisa a razão de ser, o porquê da existência, e nem pensa como chegamos até hoje, como e por que existimos. Mas, quando nos enveredamos pelos caminhos da genealogia, fatalmente descobrimos alguns dos fatos de nossa existência que não se resume ao que somos hoje, mas que somos continuidade como os que nos antecederam foram e com certeza nossos descendentes o serão.
A Eva africana de quem maioria dos povos descendem, os estudos das migrações dos povos, a história escrita e as lendas, alem da análise da essência do DNA, são dados usados para se definir a herança genética.
Além disso, tudo que não está a nossa disposição, outros acontecimentos determinaram o nosso aparecimento nesse espaço do tempo dentro do que chamamos de vida, nesse ou naquele lugar.

Para não voltar muito no tempo, tentemos analisar os últimos personagens, nossos avós, e qual o papel deles como agentes do tempo que resultou em nós.
Começamos por Júlia Maria da Caridade, nossa avó mais famosa, não que ela seja o início de tudo, mas porque ela foi protagonista de uma história que até então só ouvíamos em histórias, nos filmes de época ou nas lendas que chegaram até nós.
Vovó Júlia era uma menina ainda quando começou a exercer o seu papel importante na história de cada um de nós. Em 1723, talvez por algum problema climático que afetara o clima de sua terra, numa ilha dos Açores, território ultramarino português, e a morte de seu pai, Manoel Gonçalves Correa, sua mãe resolveu acompanhar a filha mais velha e genro numa viagem pelo Atlântico rumo às terras do Uruguai.
Por algum motivo não contado pela história, a caravela com mais de uma centena e meia de seres humanos terminou sua viagem no Rio de Janeiro. De lá, no lombo de burros esse colonos cansados subiram a Serra da Mantiqueira rumo a região do Rio das Mortes (São João Del Rey, Tiradentes, etc). Dois anos depois, a jovem adolescente ainda se casa com um dos patrícios que os esperavam no porto, Diogo Garcia da Cruz e uma geração, como outras tantas, se originaram à partir daí para chegar até o que somos e o que são nossos filhos.
Bartira (abaixo)
Mas, seria ingenuidade pensar que foi só esse fato que determinou a nossa existência. Outros tantos aconteceram, como o caso dos náufragos Antônio Fernandes e Antônio Rodrigues, salvos por índios que habitavam a região da baixada santista. Os dois se uniram a duas jovens índias e delas descende Méssia Fernandes, também conhecida como Méssia-Assu (neta do cacique Hiperobi). O sufixo Assu significa grande. O que nos leva a crer que ela tenha sido uma mulher com estatura maior do que as demais, talvez em razão da sua ascendência européia. Dela descendem muitos dos brasileiros, dos paulistas “quatrocentões”, Fernão Dias Paes Leme e outros tantos Lemes, como nós, os Cunha Gagos de nosso avô Guilherme, pai de José da Silva Leme, e inclusive a Rainha Silvia da Suécia
Semelhante é o caso de João Ramalho, jovem português de origem cristã-nova (judeu convertido) ou flamenga, que se unira, mesmo tendo deixado esposa em Portugal, com a índia Bartira, filha do cacique Tibiriçá, indígena inteligente que conquistou a confiança dos colonizadores.
Tibiriçá foi batizado como Martim Afonso Tibiriçá, e pela sua conversão ao cristianismo hoje faz na cripta da Catedral da Sé, na cidade de São Paulo.
Como João Ramalho, outros tantos judeus fugiram da inquisição para o Brasil. Alguns homens e suas famílias, mesmo considerados “cristãos-novos” após uma conversão forçada, não tinha sossego na sede do reino. Muitos dos seus irmãos foram “sacrificados “ por que não tiveram a coragem de nossos avós e teimaram em ficar por lá, ou não tiveram condições financeiras de bancar sua vinda para o nosso país.
Aquela história de que os primeiros brancos que por aqui chegaram eram degredados criminosos não é verdade. Em Portugal daquele tempo, só o primogênito recebia o sobrenome do pai, aos demais davam os apelidos da mãe, de avós ou parte do nome de família do pai. Ao mesmo tempo, a herança cabia ao filho mais velho e pouco era reservado para os demais. Conseqüentemente, esses filhos tinham que procurar outros lugares, se não conseguiam um bom casamento. Com certeza, os náufragos que se “casaram” com aquelas índias logo após 1.500 não tiveram outra opção. A outra verdade é a origem judaica sob a forma de “cristãos novos” fugidos das perseguições no reino.
(Engenho de S.Jorge dos Erasmos)
Naquela mesma época que nossos avós naufragaram no mar de Santos, outro antepassado exercia grande comércio entre Portugal e Flandes (Bélgica e parte da Alemanha). Esse nosso avô se chamava Martim Lem, filho de Willem Lem e Clair Van Beernem. Esse flamengo acabara por se unir a uma portuguesa, Leonor Rodrigues, e deu início dos Lems, que depois virou Leme e Lemes.
As razões de Martim Lem, depois seu filho Martim Lems, não foram as mesmas da nossa avó Júlia da Ilha do Faial nos Açores. Esses Lems procuraram Portugual, Ilha da Madeira e Brasil por razões puramente econômicas. Eles se tornaram grandes produtores de açúcar e para isso acabaram por adquirir um engenho já instalado em São Vicente por patrícios dos seus avós, o “Engenho dos Erasmos”. Essa unidade industrial, ou o que restou dela, hoje está abandonada naquela cidade, sem merecer das autoridades nenhuma atenção.
Esse é mais um fato ligado a nossa existência. Se não fosse o comercio dos Lem com Portugal, sua instalação na Ilha da Madeira, depois a vinda dos descendentes para nosso país, nós não existiríamos. Nem a Rainha da Suécia existiria.
Ao voltar ao nosso tempo, descobrimos outros fatos que deram na existência de cada um de nós e de nossos filhos. Pense bem!...
Uma neta de Júlia se casara com um neto de uma trineta de Martim Lems (filho de Martim Lem). Várias de suas filhas se casaram com outros descendentes do mesmo flamengo e nasceram daí os nossos trisavôs que numa união sucessiva, inclusive entre primos, deram origem aos nossos avós “Silva Lemes” que chegamos conhecer.
Mas a história não termina aí.
Estevão Horácio do Prado, já casado com Maria do Carmo de Rezende, cansado da vida dura e sem futuro do lugar onde viviam, procurou Cambuquira, aquela nova cidade do começo do Século XX que despontava com amplas chances para quem chegava. Assim, minha mãe nasceu aqui e conheceu meu pai.
E histórias aconteceram. Chegaram, os “Ponzo”, Möller, “Manes”, “Feix”, “Cattapreta”, “Mira”, “Pagani”, “Pierrotti”, “Ferroni”, “Kalil” e outro tantos imigrantes que de acabaram por se unir aos descendentes de Júlia, de Martim, de Rosa, de Manuel, de Henrique, de Felipa, de Bárbara, ..................

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Servidor Público, Bel em Direito, gosto de genealogia.