"A intolerância e o preconceito que vemos nos outros pode ser um reflexo dos nossos próprios sentimentos ocultos."
Sendo o sobrenome Lemes originariamente belga, Bruges se tornou o ponto de referência e de início de nosso trabalho genealógico dessa grande família de Cambuquira e Campanha e de seus parentes espalhados pelo Brasil.
Baseando-se nos trabalhos de Piet Lem, editado por Ruud e Wil Lem, ambos pesquisadores belgas que buscavam também as origens e as ligações com as demais famílias de nomes assemelhados, descobrimos que existe uma variedade de apelidos semelhantes, uns derivados da mesma raiz dos citados pesquisadores, outros nem tanto e um talvez sem ligação nenhuma como os “Lem” da China.
Os Lemes do Brasil, historicamente provado pelas pesquisas de Pedro Taques de Almeida Leme, seguido de Luiz Gonzaga da Silva Leme, ambos paulistas, e depois por vários outros pesquisadores, descendem do mesmo tronco do Lem, motivo da pesquisa de Piet Lem.
Como já citei no meu trabalho, objeto de uma página especial criada para essa divulgação, descendem os Lemes brasileiros de Maerten Lem ( um dos filhos de Willem Lem) que se uniu à portuguesa, Leonor Rodrigues, dando origem ao Clã Leme, que depois virou Lemes não só em Cambuquira e Campanha, no Estado de Minas Gerais, mas também em algumas outros lugares do Estado de S.Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Goiás.
Na Ilha da Madeira, para onde foram descendentes desse casal luso-belga, os Lemes se uniram a outras famílias portuguesas, cujas origens nobres nos possibilitou ter em mãos também suas árvores, algo restrito aos nobres e que não atingia o povo comum. Sorte nossa que temos uma história genealógica, talvez a mais longo e mais completa existente no nosso país.
Martim Leme, como poderá ver no trabalho da página citada tem uma origem bem diferente da do seu marido. Maria Adão nos liga a portugueses de fé judaicas, descendente que era dos primeiros habitantes daquela ilha. Adão, seu pai fora o primeiro homem a nascer naquele lugar e João Gonçalves Zarco, outro ascendente de origem judáica, o descobridor.
Já Catarina de Barros, esposa de Antônio Leme, pai de Martim Leme, nos leva as casas reais de Portugal e Espanha, e por elas as demais casas nobre da Europa, tais como França, Alemanha, Itália e até Inglaterra, sem esquecer que alguns dos Lemes e seus primos Câmaras, além de descender também dos Judeus Zarco ainda descendem de Átila, o terror dos hunos.
(Ao lado um selo ao lado representa João Gonçalves Zarco)
Vindo para o Brasil, os filhos daqueles primeiros Lemes acabaram por se unir a brasileiras mestiças (português com índias de tribos tupis), já que os primeiros colonos homens que por aqui chegaram não encontraram as brancas européias e encantados ou não com as índias, as escolheram para suas mulheres. Aliás, algumas delas foram tomadas à força das tribos, ou oferecidas pelos pais como argumento de paz com aqueles homens feios, barbudos e mal cheirosos ( conforme definição dos próprios índios). Então, os fidalgos Lemes de origem se misturaram começando assim a formação da raça brasileira. Para ilustrar, uma das descendente de Braz Esteves Lemes, filho dos colonos Braz Tevez e Leonor Leme, por exemplo nem sabia falar a língua dos seus avós, e para se fazer entender o oficial que comandava o processo de inventário, necessitou de um intérprete. Ela, dessa mesma forma, testemunhou a favor da beatificação de José de Anchieta.
Foi com essa mistura que surgiram os bandeirantes, homens sem medo em cujas veias corria o sangue com DNA de genes de quase todas as tribos da terra, desde os temíveis guerreiros vikings, da esperteza e tino comercial dos árabes e judeus, da sabedoria romana e a bravura dos álanos, celtas, iberos, entre outros. Esses homens fizeram o Brasil de hoje. Para entender um pouco da bravura e até da falta de escrúpulos de alguns deles, basta ler a obra de Paulo Setúbal, a obra "Os Irmãos Lemes"(clique). Foram eles que ignoraram o Tratado de Tordesilhas. E, o resto todos os brasileiros sabem.
Conforme estudo e opinião de alguns genealogistas, a maioria dos Lemes de S.Paulo e Sul de Minas descendem desse casal Braz Esteves e Leonor Leme.
Nós, os Lemes, objeto de minha pesquisa, descendemos comprovadamente desse casal via Manuel Borges da Costa, um descendente de traficantes de escravos (ou talvez um deles mesmo,já que deixou uma grande colônia chamada Congonhal, talvez um "depósito de negros escravos" que eram vendidos na região).
Descendem ainda os nossos Lemes daquele mesmo casal através de Mécia da Veiga Leme (cujas raízes ainda não comprovei) que na união com Guilherme da Cunha Gago ( um provável descendente de Méssia Assu, uma neta do português com índia, descendente do cacique Hiperobi, irmão do famoso cacique Martim Afonso Tibiriçá) nos deu José da Silva Leme, o primeiro Silva Leme da nossa linha genealógica. Veja o tópico sobre esse assunto.
A fogueira da Inquisição(pintura)
José da Silva Leme, um fruto dessa salada de raças citadas, casou-se com Rosa Maria Goulart, uma descendente de outra familia belga, como prova o próprio nome com um Pereira Goulart que pode ter um pé na Casa de Judá, já que muitos daqueles obrigados a se converter à fé cristã para não morrer, adotaram esse apelido "Pereira" e perseguidos se mudaram para as ilhas dos Açores e Madeira de onde vieram nossos antepassados.
Os netos de José e Rosa, principalmente dos filhos de Vicente da Silva Leme e Escolástica Joaquina do Monte Cassino, filha de portugueses,os Martins Ribeiro, se uniram aos filhos daquele Borges da Costa, mercador de escravos, fruto do casamento de Manuel com Ana Francisca, uma genuína açoriana ligada às família Garcia, d'Affonseca, Pinto, Correia,,etc... Assim começou a ser delineado o que conhecemos hoje como Família Silva Lemes.
Na obra “As Três Ilhoas” de José Guimarães, um Silva Lemes por parte de mãe, estão elencados os vários troncos que se entrelaçam com casamentos cruzados, primos com primos, tios com sobrinhas, tias com sobrinhos e coisas do gêneros, costume herdado dos europeus para assegurar o patrimônio nas mãos da família.
Até aqui não entrava o componente africano na linha genética da família, a não ser aquele da tese da Eva, a mãe africana de todos os europeus.
D.Ephigênia e sua mãe Justina e, ao lado, Cap.Cláudio Amâncio da Silva Lemes.
O aditivo africano começa com um dos netos de Vicente da Silva Leme, o filho de Antônio Joaquim chamado Cláudio (Cap.Cláudio Amâncio da Silva Lemes) foto ao lado - que não tivera filhos do seu casamento com a prima Ana Vitória Borges da Costa, mas com uma campanhense chamada Justina Azevedo(foto ao lado), de origem pouco conhecida. Sabe-se que a mãe de D.Ephigênia teria nascido na Ponte Alta (hoje Monsenhor Paulo) e que era morena descendente de escravos. Do Capitão Cláudio e Justina, via sua filha Ephigênia, descendem grande parte dos Silva Lemes, embora essa descendência negra seja quase imperceptível na maioria dos sucessores. E, como o café com menos ou mais leite as características predominantes dos ascendentes europeus se sobressaíram sobre os demais genes, sutilmente notados em alguns dos atuais membros, e mais evidentes em alguns que na fase atual foram frutos de união com outros indivíduos com raízes semelhantes.
Outro neto de Vicente, e filho de José Vicente, chamado Antônio Germano da Silva Lemes se unira a uma cabocla de evidente ascendência indígena e negra, Gertrudes Rosa de Lima, fato comprovado pelos olhos amendoados de alguns e nos cabelos e pele morena de outros. Desse casal também descendem alguns Lemes e outras famílias da cidade que carregam outros sobrenomes tais como: Clementino, Germano, Reis, Amâncio, etc. que hoje apresentam nos seus bio-tipos pouca semelhança com índio ou negro, mesmo com essa ascendência provada. Desse mesmo Antônio Germano descendia Mané Gago, um mulato estimado pela família que nunca sofreu preconceito algum por parte dos seus parentes brancos pois era recebido com todo o respeito tanto pelos mais velhos como pelos mais jovens. Gertrudes, uma pessoa muito alegre e comunicativa viveu até os 120 anos na cidade da Campanha, mostrando que não sofreu preconceito nenhum por ter sido uma cabocla descendente dos três bio-tipos brasileiros: índio, branco e negro.
Um terceiro caso é a dos descendentes da família Cassimiro da Costa,mulatos, provavelmente com ligações genéticas com os Borges da Costa, mercadores de escravo, que herdaram terras no município e se destacaram na história da cidade.Desses Cassimiros, José Marciano da Costa, "Zé Queijinho"se casou com Norinda Lemes, e foram os pais de Hélio Lemes Costa que se casou com uma descendente de alemães.
(Ao lado:Hélio Lemes Costa, filho de José Marciano da Costa e Norinda Lemes)
Abaixo:Fotos de Antônio Germano Filho e Geralda, sua filha e
Toniquinho Germano, também seu filho com Maria José (Ica) de Lima.
Mas, a mstiçagem, se é que podemos assim dizer, não parou por aí. Os Lemes dessas cidades do Sul de Minas ainda tiveram outros componentes acrescidos na sua linha genética.Assim, alguns Lemes se uniram a Libaneses: Kalil, Ximenes,Salomé, etc. Uniram-se a italianos: Manes, Pierrotti, Ferroni, Romanelli, Torino, Cattapreta, alem dos alemães citados.
Por outro lado, no Congonhal, um bairro rural de Cambuquira, onde se localizava a tal fazenda de Manuel Borges da Costa, aquele descendente de mercadores de escravos, existe uma colônia de negros, conforme diz o nome do local, com ligações genéticas com os antigos escravos do antigo proprietário daquelas terras. No meio deles, encontrei alguns com o “Silva Lemes” como identificador familiar. Isso prova que, por adoção ou por descendência ainda não apurada, eles herdaram o mesmo sobrenome Lemes de Willem Lem.
Foto de Estevão Horácio do Prado
Mas, a história não termina por aí. E, isso prova de além do sobrenome belga Lem ( que poderás verificar na árvore postada no blog), somos como a maioria dos brasileiros, o resultado da mistura de raças, motivo do Brasil ser considerado o país mais alegre e otimista, alem de ter as mulheres mais bonitas do mundo.
Alguns dos descendentes têm sido considerados como portadores de algum tipo de preconceito. Até pode haver esse sentimento negativo velado, não como a intolerância cruel de outros lugares. Nas minhas conversas com pessoas mais velhas das quais obtive algumas informações, descobri que no passado isso acontecia mesmo. E, alguns casamentos aconteceram contra a vontade de pais ou avós por causa de bio-tipos que evidenciavam alguma origem africana. Talvez agiriam diferentes aqueles coronéis se conhecessem as suas próprias origens, escondidas pelos seus avós e pelo tempo, que para não sofressem as perseguições dos governos e da igreja por ter origens judáicas, e teriam eles mais tolerâncias.
Para completar a história, hoje ainda existe grupos da intolerância às avessas que olham torto para o seu próprio parente de olhos e pele clara, como se estes bio-tipos fossem capaz de traçar uma norma de comportamento herdado de algum ancestral europeu que achava que o mundo fora criado só para eles. Graças a Deus isso é o fato muito raro, e como nos disse uma parenta, "nos tempos de Barack Obama" quando uma nação historicamente marcada por conflitos raciais parece ter entendido a lógica da natureza humana, isso se torna cada vez mais inconcebível. E, isso também não acontece na nossa família. Pelos menos não tenho conhecimento.
Com base nessa evidência, não podemos deixar crescer em nós nenhum desses mofos do passado e aceitar o outro como é, fruto da matemática natural da vida que assim determinou que cada um fosse da forma, da cor, do cabelo e do nariz que a genética determinou. Não existe outra raça de homem que não seja a humana. Se a natureza ou Deus desejasse múltiplas raças de homens, dos cruzamentos nasceriam seres estéreis para que não produzissem espécies mestiças, como acontece com os leões, os tigres, as mulas e outros ...
O ser humano é uma espécie só de diversas matizes como as flores do campo. É por isso que somos assim: um diferente do outro. Isso tornou o Brasil bonito e invejado lá fora onde a monotonia dos rostos parece conceber alguma tristeza oculta que está longe de nós.
Para aqueles que insistirem em seguir a tese da separação racial, pior ainda se praticada às avessas, temos que alertá-los que está copiando o mesmo pensamento dos antigos opressores. E, seria bom lembrá-los que " a intolerância e o preconceito que vemos nos outros pode ser um reflexo dos nossos próprios sentimentos ocultos".
NOTAS:Ascendentes judeus: Manoel Gonçalves Fremes, Antônio Bicudo Carneiro, Antônio Fernandes, filho de Cosme Fernandes Pessoa, entre outros.
Bartyra, no desenho representativo acima, parente de Méssia Assu, descendente de Antônio Fernandes e do Cacique Hiperobi, irmão de Tibiriçá, pai de Bartyra da qual descendem os Camargos, Ramalho e alguns Lemes ligados a esses troncos familiares, além dos Cunha Gago, Bicudo, etc.
Autor: Gilberto (Germano) da Silva Lemes ( o menino de blusa preta da foto acima,ao lado a avó, neta de português e india que se dizia ter parentes negros), seu tio e os primos, um dos quais, Luiz Eduardo com sua tez mais morena, sem cerimônia fazendo xixi.. Neto também de Estêvao Horácio do Prado, filho de rico fazendeiro e uma cabocla mestiça trí-racial como na definição vulgar (branco, índio e negro).
Para mais detalhes das origens, acesse : Descendentes de bandeirantes que falavam tupi e tinham fé na Torá
Sugestão: Acesse a Revista Lingua Portuguesa e conheça um pouco sobre a Revolta dos Males e os Escravos Letrados.
OBS.: As palavras e frases em destaque azul são links para os textos originais que já falavam sobre o assunto.
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OS GERMANOS, HISTÓRIA E O POLÊMICO CASO DE MANÉ GAGO
Antônio Germano Filho e sua filha Geralda.
Este é ANTONIO GERMANO FILHO ao lado de sua filha Geralda.
Antônio Germano se casou duas vezes.
A primeira com sua prima Ana Francisca Maria de Jesus (filha de Justino da Silva Lemes e Joana Tertuliana de Jesus*) com a qual teve a filha:
1- Isabel da Silva Lemes (1905) esta se casou com o seu parente Olímpio da Silva Lemes, filho de Felício da Silva Lemes e Umbelina Maria de Jesus – com sucessão. E, viúvo casou-se com Maria José de Jesus, também seu parente.
* Joana Tertuliana foi filha de Antônio Joaquim da Silva Lemes, um dos principais benfeitores da Vila de Cambuquira e pai do Capitão Cláudio.
Com Maria José de Jesus, também pertencente ao tronco da família, embora ainda não identificado, teve mais nove filhos, totalizando um total de 10 descendentes diretos, sendo estes:
2_Alzira da Silva Lemes, em 1920 que veio se casar com o parente Joaquim da Silva Lemes (este filho de Amâncio da Silva Lemes e a prima Ana Francisca de Jesus, filha de Antônio Joaquim da Silva Lemes e Feliciana Maria de Jesus – [Borges da Costa]),
3_José da Silva Lemes, em 1920 que se casou com sua parente Maria Joana de Jesus, filha de Olimpio da Silva Lemes e Maria Antônia de Jesus, até o momento sem identificação das sucessões.
4- Otávio Germano Lemes, que cem 1924 se casou com sua parente Maria da Conceição Lemes (filha de Francisco Vicente da Silva Lemes e Maria Amália Lemes), e não teve sucessão.
5- Sebastião Germano Lemes, casado com Geralda... com geração, (foram os últimos moradores da sede da fazenda de Antônio Germano Filho, no lugar conhecido como Portão, hoje Fazenda Santa Rosa, de onde se mudaram para Campanha - MG, onde deixaram grande geração).
6- Benedito Germano Lemes, casado com Geraldina Lemes (filha de José Evandro da Silva Lemes, também conhecido como Juca Amâncio) com apenas uma filha como sucessora.
7 - Francisco Germano Lemes casado com Sebastiana Lemes (Esta, filha de Manoel Amâncio da Silva Lemes e Mariana Reis, também conhecida como “Nina” descendente de Antônio dos Reis da Silva Lemes e Marfisa da Silva Lemes) tiveram os seguintes filhos: Maria Nilda Borges (casada com Amâncio Borges, ex-proprietário da Fazenda dos Anjos – filhos: Neusa - reside em Nepomuceno, Neide, Norival e Nivaldo [Dinho] - residem em Três Corações, e Nilce - reside nos Estados Unidos.) e Nicéia Maria Lemes.
8 - Antônio da Silva Lemes (Toniquinho Germano) casado com Cândida Maria de Jesus (esta filha do português Antônio Fernandes e Ana Lemes, filha de Francisco Sebastião da Silva Lemes e Maria do Carmo Lemes) com sucessão representada por 6 (seis) filhos: Josefa, Ana, Maria, Antônio, Sebastião e José.
9 - Geralda da Silva Lemes, por ser a filha caçula dedicou a maior parte da sua vida para cuidar dos pais. Com o falecimento do pai, continuou com a mãe, vindo a se casar bem mais tarde já idosa com um também idoso com o qual não teve filhos. Uma das coisas tristes na sua história é que apesar da sua dedicação faleceu na Vila Vicentina de Cambuquira, só e longe dos parentes, apesar de ter herdado, com certeza, alguma coisa de seu querido pai.
10 – Etelvina da Silva Lemes casada com Pedro Machado com sucessão... (deste casal descende Pedrinho Germano, residente em Campanha - MG).
Na foto ao lado os irmaos Germanos (Chico à esquerda e Otávio á direita c/ sua esposa Maria e sogra Maria Amália Lemes. O menino é Niltom, a moça sentada é Nilda(Nilma) casada com Amâncio Borges)
Quem foi Antônio Germano Filho?
Filho de Antônio Germano da Silva Lemes e Gertrudes Rosa de Lima (Carneiro), ele era um homem de boa estatura que estimo, olhando a sua foto, em mais de 1,80 m.
Os que o conheceram dizem que ele era um caboclo tranqüilo e de fala mansa.
Ele gostava de ver reunida a família em longos e intermináveis papos que varavam a noite em torno de uma pequena fogueira que no inverno era acesa numa área coberta anexa à cozinha da casa, enquanto um carrilhão anunciava de quinze em quinze minutos o passar do tempo.
Lá fora num longo banco de madeira, todos se assentavam para conversar, ouvir os acordes das sanfonas e violas, enquanto comiam as batatas-doces assadas no braseiro, as broas de pau-a-pique e os biscoitos feitos pela avó Mariquinha, sua esposa que diferente dele era muito prosa e atenta a todos os fatos.
Antônio Germano Filho e Maria José, sua segunda esposa, tiveram diversos filhos (descritos acima) que asseguraram a sua descendência. Alguns dos seus netos hoje ostentam o sobrenome “Germano” e outros conservaram o nome do seu pai “Silva Lemes” hoje espalhados por Cambuquira, Campanha e outras cidades da região.
Na sua fazenda tinha muita fartura assegurada pela boa renda do engenho da rapadura, principal produto da época, além de outros produtos da propriedade rural, o que garantia um bom padrão de vida de acordo com os costumes da época.
Na Fazenda do Portão, divisa entre os municípios de Cambuquira e Três Corações, o Sr. Antônio Germano gostava de receber numa grande área contígua à cozinha da sede as folias de Reis e do Divino, continuando uma tradição vinda dos antepassados e até hoje praticada por alguns “foliões” cambuquirenses.
Nessa grande varanda, nos dias de inverno, ele acendia uma pequena fogueira. Num longo banco de madeira todos se sentavam para contar e recontar as histórias dos membros da nossa grande família Silva Lemes, enquanto rolava alguma cantoria reforçada pelos quitutes de D. Mariquinha (ou vó Ica, para os netos).
NOTA: Foto e informações dadas por Luzia Pedular da Silva Lemes
Como descobri que eu era um “Germano”?
Ô Germanadas!...
Quando criança eu e meus irmãos, quando passávamos perto da sua casa desse “Mane Gago”, ouvíamos dele:
“___Lá vai os “Germanadas”!... (dgêrmanadas, na sua pronuncia, que entendíamos como “demonhadas”). Aquilo foi motivo de uma queixa minha a minha mãe:
“__Eu não vou passar mais perto da casa daquele preto velho, pois quando nós passamos por lá ele nos chama de “demonhadas”!
Minha mãe riu muito e nos explicou que ele queria dizer “Germanadas”, pois nós éramos “Germanos”. Foi assim que descobri o sobrenome Germano.
Esse senhor, que parecia ter algum problema nas pernas, ficava assentado numa cadeira em frente a sua casa, no bairro da Lavra. Ele e sua filha, Maria Augusta, ambos mulatos, defendiam um parentesco originário de um relacionamento de uma escrava da família com um “Germano”, fato não muito aceito por alguns membros da família e nunca esclarecido.
Mas não era só esse “Mane Gago” que reivindicava o parentesco com os “Germanos”.
Alguns mulatos de sobrenome Carneiro, existentes no Congonhal, zona rural de Cambuquira, também defendiam esse elo, negado pela maioria dos descendentes de Antônio Germano da Silva Lemes.
Um senhor conhecido pelo apelido de “Cáca” dizia em bom tom que também descendia dos Germanos.
José Luiz Carneiro, da família de Cáca, dizia que os Carneiros teriam vindo da Bahia e que os Germanos, através de Gertrudes Rosa de Lima, descendia dessa família de caboclos baianos. E, que outros da mesma família teriam se unido a mulatos residentes na área rural do Congonhal formando a família dos mulatos Carneiros, alguns de olhos verdes, existentes naquele lugar. Fato esse, muito difícil de provar, pois os registros que tenho acesso não nos fornecem dados sobre esses prováveis descendentes."
Autor: Gilberto da Silva Lemes
(texto reeditado com o acréscimo do tópico de abertura com link na página principal)
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terça-feira, 20 de março de 2007
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3 comentários:
Me chamo Maria Auxiliadora, sou neta de Maria Auxiliadora GOULART, que nasceu em 1900, filha de João GOULART e Virgínia Maria de Jesus,tendo mais três irmãos chamados Arlindo Goulart, José GOULART e Mário GOULART, todos falecidos.
Estou estudando a árvore genealógica da família e gostaria de saber se alguém tem alguma informação que possa me passar.Grata,Maria Auxiliadora
Me chamo Fernanda Lemes Sanders,filha de Celso Lemes,nacido Em Pontal Sp.neta de Joaquim Alves Lemes,bisneta de João Lemes e Maria Cristina Alves Lemes.Estou estudando a árvore genealógica da família e gostaria de saber se alguém tem alguma informação que possa me ajudar,eu sou casa com Holandes e moro em Kamzeke na Bélgica,serca de 40 km de Brugge,já estive em Brugge é uma cidade Linda,quero muito desvendar esse mistério.Grata,Fernanda Lemes Sanders.
Msn:fernanda_sijo@hotmail.com
Me chamo Silvia Lemes Cardoso esposa de José Cardoso ( Zé Quiabo)sou filha de José Benedito Lemes e Lourdes Aparecida Lemes. Meu pai é filho de Olímpio Felício da Silva Lemes e Isabel da Silva Lemes. Gostei muito de relembrar um pouco de meus familiares. sinto muitas saudades, obrigado...
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