Conforme demonstra o estudioso de genealogia, Dr. João Marcos Fantinatti, da Fundação Pró-memória de Campinas-sp, baseado nas pesquisas de Luiz Gonzaga da Silva Leme e Pedro Taques de Almeida Leme, já citados neste blog, o nome LEME tem sua origem na cidade de Brugge(ou Bruges) da Bélgica, tendo como fundador dessa dinastia Martim Lems, um rico negociante que se mudou para Lisboa e trocou o sobrenome para Leme.
Por sua vez, conforme já contei aqui, o LEM ou LEMS de Martim Lems, filho de Willem Lem(ou Wilhem) e Claire Van Beernem. Na opinião de outros pesquisadores o sobrenome pode ser mesmo derivado Willem ou Wilhelm, ou até mesmo de Lam entre outros sobrenomes dos países baixos (Bélgica, Holanda e Alemanha).
Mas, a ascendência bélgica é indiscutivel,provada através dos registros na Bélgica,Portugal,Ilha da Madeira e Brsil.
Acho que é por isso que, desde pequeno, ouvia falar que nós, os LEMES, descendíamos de holandeses.
Mas, vamos mais uma vez à história!
Os demais descendentes de Martim Lems foram para a Ilha da Madeira, de onde saíram com o intuito de ajudar a povoar o Brasil a partir de São Vicente, no litoral paulista.
Nessa época, os engenhos de cana-de-açúcar impulsionavam a economia e como não podia deixar de ser, os Lemes participaram na construção dos primeiros engenhos no país. O curioso é que o famoso bandeirante Fernão Dias Paes Leme, também é um parente da família Leme.
Entenda o caso:(parodiando a Fundação pró-memória)
“Um filho de Martim Leme, batizado com o mesmo nome do pai, ficou conhecido por Martim Leme I.”. Quando foi morar em Lisboa em 1452, tornou-se rapidamente um influente senhor de negócios na capital portuguesa na área de cortiça, seguindo os rastros do pai.
Definitivamente estabelecidos em Portugal, dois filhos de Martim Leme I, Martim Leme II e Antônio Leme desempenhariam papel central na conquista de Tanger e Arzila, no norte da África, em 1471, representando a coroa portuguesa, sendo nomeados cavaleiros Flamengos a serviço do rei Afonso V.
Martim Leme II decidiu voltar para Bruges, na Bélgica e lá ocupou altos cargos locais e, depois se tornaria um dos nomes mais cogitados da política, das finanças e do militarismo dos países baixos.
António Leme, irmão de Martim Leme II, se estabeleceu em Funchal, na Ilha de Madeira, local em que se iniciou a expansão ultramarina portuguesa nos séculos XV e XVI. De acordo com os historiadores que estudam a expansão portuguesa, António Leme teria sido colaborador de Cristóvão Colombo. O descobridor oficial da América viveu por muito tempo na Ilha da Madeira, onde se casou com uma filha de João Gonçalves Zarco, o descobridor das Ilhas, em 1419.
Em Madeira, Antônio Leme se casou com Catarina de Barros, filha de uma tradicional família local.
António Leme fundou a Quinta dos Lemes, na Freguesia de Santo Antônio dos Campos na Ilha da Madeira, onde até hoje ainda leva o nome de Lemes.
Dois filhos de Antônio Martim Leme III participaram em 1509 de uma expedição pela tomada de Azamor, no norte da África. Martim Leme III era casado com Maria Adão Ferreira que foi a primeira criança batizada na Ilha da Madeira. O nome Adão foi escolhido propositadamente. Quando a Ilha da Madeira foi descoberta era considerado um verdadeiro paraíso perdido pelos ultra-católicos europeus da época.
Outro filho de Antônio Leme, Antônio Leme II, migrou para o Brasil e em 1544 era juiz ordinário do Conselho Municipal de São Vicente, cargo hoje equivalente ao de presidente da Câmara Municipal. Então, Antônio Leme III iniciou o clã da família Leme no Brasil. Seu filho, Pedro Leme, se casou três vezes e seus descendentes estiveram entre os pioneiros da introdução da cana-de-açúcar no Brasil, mais especificamente em São Vicente, litoral paulista.
A cana veio com Martim Afonso de Sousa, da Ilha da Madeira, que foi o local de ensaio para Portugal experimentar novas formas de cultivo que, mais tarde, seriam introduzidas para as suas colônias.
A família Leme se associou a outros empresários e junto com eles, ficou sendo proprietária do Engenho São Jorge dos Erasmos.
Ainda no Brasil, alguns dos Lemes participaram de entradas para a captura de índios que seriam utilizados como escravos nos engenho e outras atividades. O próprio Pedro Leme participou de uma entrada comandada por Jerônimo Leitão e que fez incursões nos territórios dos Carijós, em Santa Catarina.
Uma neta de Pedro Leme, Lucrécia Leme, teve sete filhos com seu primo, Fernando Dias Paes, que tinha uma fazenda na região do Rio Pinheiros, em São Paulo. Um dos filhos do casal foi Fernão Dias Paes Leme, o Bandeirante que ficou conhecido como "caçador de esmeradas e índios".
Um dos descendentes Mateus Leme é o fundador de Curitiba.E, Honório Leme da Silva, lider revolucionário gaúcho se gabava de ter sangue de Fernão Dias.
"Um irmão de Lucrécia Leme, Braz Esteves Leme, fez fortuna explorando uma mina de ouro e viveu com várias mulheres índias, com quem teve 14 filhos mamelucos. Outro irmão de Lucrécia, também de nome Pedro Leme, foi o bisavô de Francisco Barreto Leme(fundador de Campinas).
Pedro Leme foi o pai de Mateus Leme do Prado, que viveu em São Vicente e depois se estabeleceu no vale do Paraíba. Em Caçapava, na época, pertencente à Taubaté, que Pedro Leme do Prado se casou com Francisca de Arruda Cabral, com quem gerou Francisco de Barreto Leme, nascido em 1704.
(Provavelmente está aí a nossa ligação com os Leme e Lemes paulistas que entraram na região via POUSO ALTO e BAEPENDI para depois chegar à CAMPANHA e CAMBUQUIRA, principalmente.)
Quando Barreto Leme chegou à Campinas em 1740 para tomar posse de uma sesmaria, o mais recente descendente dos Leme carregava três séculos de serviços prestados à Coroa Portuguesa através da expansão.
Daí em diante, o bairro rural de Campinas do Mato Grosso se tornaria o principal pólo açucareiro de São Paulo. “A cultura herdada pelos Lemes em São Vicente começou a fincar suas raízes no enorme bairro rodeado por florestas utilizando mão-de-obra indígena e escrava.”
Voltando às minhas pesquisas, tendo como base, principalmente a Genealogia Paulistana de Luiz Gonzaga da Silva Leme (Obra composta de nove volumes do começo do Século, que por felicidade me chegou às mãos graças à doação de uma amante da genealogia em Cambuquira-MG que a adquiriu do Doutor, Eduardo Moreira Ferreira, advogado paulista já falecido que residia em minha cidade, e descendente da grande família paulista.) fiz algumas descobertas que podem explicar o grande número de Lemes criticado como impossível por alguns estudiosos.
Nos registros de nascimentos de filhos de mães LEME com pais de outras famílias parecia haver uma predileção pelo sobrenome que, com certeza, trazia algum status para o seu portador. Assim, vemos, por exemplo, um pai de sobrenome BICUDO, CUNHA, GAGO, RIBEIRO, ESTEVE (ou TEVES), PRADO entre outros, terem filhos que só assinavam LEME. Às vezes um LEME DO PRADO virava PRADO LEME e assim acontecia com outros sobrenomes invertidos como usado em alguns países, mas não em Portugal e consequentemente no Brasil.
Até mesmo em Cambuquira ouvimos alguns LEMES alegarem que não são parentes de outros LEMES. Não tem jeito! Ou é LEMES ou então o nome foi adotado, como já diziam alguns antepassados: “gostava-se do nome, ou para melhorar a imagem adotava-se o “apelido famoso”“. Talvez seja essa a outra explicação para o grande número de LEME e LEMES.
Fontes: Genealogia Paulistana de Luiz Gonzaga da Silva Lemes – São Paulo – Brasil.
As Três Ilhoas, obra do nosso parente próximo, e cambuquirense, Doutor José Guimarães(Sobrinho neto do capitão Cláudio);
Fundação Pro-memória de Campinas-sp através do blog adm. por João Fantinatti.
quinta-feira, 4 de janeiro de 2007
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2 comentários:
Parabéns pela pesquisa!
Sou filho
de Lemes descendentes da europa
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